sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

O PRÉ-ROMÂNICO




A arte pré-românica não designa um estilo em particular, mas antes um período da arte ocidental que se inicia formalmente com a dinastia merovíngia, mas que pode retroceder já ao momento da queda do império romano do ocidente com as migrações dos povos germânicos para a Europa ocidental e meridional. De um modo geral, este período situa-se na passagem da antiguidade clássica tardia para o românico, pautando por uma absorção de diversas influências que resultam nas fusões inovadoras entre elementos clássicos mediterrânicos, cristãos e germânicos. Não se resume, por isso, a uma região específica, mas alastra-se por toda a Europa ao longo de um longo período temporal, destacando-se alguns linhas de produção artística própria como arte dos vickings, arte céltica, arte visigoda, arte mourisca, arte merovíngia, arte carolíngia, arte otoniana, etc. Migrações na Europa entre os séculos II e V: Visigodos, Vândalos, Lombardos, Godos, Ostrogodos, Anglos e Hunos. Sobre as "invasões" ver o link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Migrações_dos_povos_bárbaros
Existem outras vagas de migrações nos séculos VII a X: muçulmanas, normandas, eslavas e magiares.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Mapas da Europa (10º e 11º anos)

Para ver diversos mapas sobre a Europa consultar:
http://www.lib.utexas.edu/maps/historical/history_europe.html

INTRODUÇÃO À CULTURA DO PALCO (11º ANO)


A Cultura do Palco: introdução histórica ao século XVII
O século XVII é um século de grandes progressos políticos, económicos, religiosos e científicos. Neste conjunto, as artes também ganharam grandes impulsos, adequados aos projectos dos Estados absolutistas, da Igreja Católica e de uma próspera burguesia no Norte da Europa. Para uma consulta rápida da cronologia deste período, ver: http://www.wwnorton.com/college/history/ralph/referenc/europe.htm
Sobre a arte no século XVII (tem hiper-ligações para artistas vários) ver: http://www.metmuseum.org/toah/hi/te_index.asp?i=17

Existem factos marcantes que, por alterarem as “peças do xadrez” político europeu, merecem ser mencionados. São eles a formação da República Holandesa, a Guerra dos Trinta Anos, o reinado de Luís XIV, a Revolução Gloriosa inglesa, o fim da União Ibérica e, como baliza final, o Tratado de Utreque (1712-13).
A República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos, ou mais simplificadamente as Províncias Unidas ou República Unida dos Países Baixos, foi um estado europeu, antecessor dos actuais Países Baixos, frequentemente errónea e generalizadamente denominado por Holanda, que existiu entre 1579 e 1795, agrupando as sete províncias do norte dos Países Baixos (Frísia, Groningen, Güeldres, Holanda, Overijssel, Utrecht e Zelândia). A República foi fundada pela União de Utrecht (1579), e sobreviveu até à sua transformação em República da Batávia na sequência da ocupação francesa de 1795.

A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) foi uma série de conflitos religiosos e políticos ocorridos especialmente na Alemanha, nos quais rivalidades entre católicos e protestantes e assuntos constitucionais germânicos foram gradualmente transformados numa luta europeia. Apesar de os conflitos religiosos serem a causa directa do conflito, ele envolveu um grande esforço político da Suécia e da França para procurar diminuir a força da dinastia dos Habsburgos, que governavam a Áustria. A guerra causou sérios problemas económicos e demográficos na Europa Central. Sobre este assunto ver: http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_dos_Trinta_Anos
Luís XIV de Bourbon, (1638-1715), conhecido como "Rei-Sol", foi o maior monarca absolutista da França, e reinou de 1643 à 1715. A ele é atribuída a famosa frase: "L'État c'est moi" (O Estado sou eu), apesar de grande parte dos historiadores achar que isso é apenas um mito. Construiu o Palácio dos Inválidos e o luxuoso Palácio de Versalhes em Versalhes, perto de Paris, onde faleceu em 1715. No seu reinado, uma série de progressos nas artes alteraram o rumo da arte europeia. Sobre este assunto ver: http://pt.wikipedia.org/wiki/Luís_XIV http://www.passei.com.br/tc2000/historiageral/hisger18.pdf
A Revolução Gloriosa aconteceu no Reino Unido entre 1685 e 1689 e nela o rei Jaime II de Inglaterra da dinastia Stuart (católico) foi removido do trono da Inglaterra, Escócia e País de Gales, e substituído pelo nobre holandês Guilherme, Príncipe de Orange em conjunto com sua mulher Maria II, filha de Jaime II (ambos protestantes). O reino Unido sofrera uma atribulada historia política e religiosa no século XVII, com lutas entre protestantes e católicos e o forte poder parlamentar que levou à morte de Carlos I ao poder de Cromwell.
A Dinastia Filipina ou Império da União Ibérica foi a dinastia real que reinou em Portugal durante o período de união pessoal entre Portugal e Espanha. Os três reis da dinastia filipina governaram em Portugal entre 1580 e 1 de Dezembro de 1640 e foram: Filipe I de Portugal e II de Espanha (r. 1580-1598); Filipe II de Portugal e III de Espanha (r. 1598-1621) e Filipe III de Portugal e IV de Espanha (r. 1621-1640).
O Tratado de Utreque é um conjunto de acordos estabelecidos entre Espanha e França e as outras potências europeias, no contexto da Guerra da Sucessão de Espanha. As negociações tiveram início na cidade holandesa de Utreque, em 1712, data em que foi assinado um armistício entre a França e a Inglaterra. Em 1713, a França assinou tratados com Portugal, Sabóia e Prússia. Para Portugal ficaria garantida a posse de vários territórios sul-americanos, nomeadamente na região do Amazonas, posse essa que vinha sendo contestada. Ainda nesta data, a Espanha celebrou a paz com a Inglaterra e a Sabóia, e em 1714 com a Holanda. Em 1715, a Espanha assinou um tratado de paz com Portugal. Este acordo era de grande amplitude: obrigava à restituição dos territórios ocupados pelas partes no decurso da guerra, resolvia a questão das colónias em litígio nas Américas, previa a troca dos prisioneiros, regulava as relações comerciais futuras entre os dois países, previa o pagamento de dívidas antigas, revalidava os acordos anteriores entre as duas potências e normalizava as relações diplomáticas. Os tratados cujas negociações se revelaram mais complicadas e difíceis foram os que envolveram a presença da Espanha. Em 1715 seria definitivamente posto termo à guerra, ficando no trono espanhol Filipe V, neto de Luís XIV de França. Os representantes de Portugal em Utreque foram o conde de Tarouca e D. Luís da Cunha. Os tratados assinados em Utreque marcaram o declínio do poderio francês e espanhol, permitindo o surgimento destacado do império colonial britânico. Os acordos internacionais aqui estabelecidos orientaram toda a política internacional das duas décadas que se seguiram. Ver: Tratado de Utreque. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2004. E: www.infopedia.pt/$tratado-de-utreque.

CRONOLOGIA DA HISTÓRIA DO MUNDO

Sempre que tiveres algum problema em situar um facto num período ou em compreender a globalidade de uma dada época, podes consultar uma Cronologia da História do Mundo em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cronologia_da_Hist%C3%B3ria_do_Mundo

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

NOVO EMAIL

AVISO AOS ALUNOS:
O novo email para onde devem enviar informações/trabalhos é: manuelnunes3@hotmail.com
Bom trabalho!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

FRANCISCO DE HOLANDA (11ºANO)



Francisco de Holanda foi um dos mais relevantes expoente da reflexão estética no renascimento português. Pintor e humanista, nascido em Lisboa em 1517, filho de António de Holanda, cuja projecção no âmbito da pintura e da iluminura se havia já firmado entre nós, é na escola de seu pai que adquire os primeiros conhecimentos da arte da pintura. Em 1537 parte para Roma no âmbito da política cultural de D. João III que tanto estimulou a presença de bolseiros portugueses nos maiores centros da cultura europeia da época.
Aportando a Itállia já com uma importante bagagem cultural adquirida em Évora, viria a considerar-se discípulo de Miguel Ângelo, relatando nos Diálogos em Roma os aspectos mais marcantes e fecundos do seu convívio com o mestre italiano.
Na obra deste pintor português, o maneirismo está presente através do aspecto que melhor o define: a premissa teórica da Ideia, concebida platonicamente como fonte da beleza e recondizida, em última análise, ao intelecto divino. Encarada pelos tratadistas italianos como "scintilla della divinitá", a ideia é um reflexo, no entendimento humano, do modelo eternamente imanente ao intelecto divino, do qual procedem todas as criaturas. Ao artista, ser privilegiado, é dado imitá-la, nela reconhecendo os aspectos universais da natureza, identificados com a verdade.
Como escreveu no Tratado da Pintura, a sua obra de maior consistência teórica, a ideia é responsável pela invenção de uma «segunda natureza», concebida interiormente, plasmada no intelecto e fruto do engenho. Assim, a beleza é encarada num contexto que permite equacionar uma profunda aliança entre a estética e a metafísica. Por isso, para Francisco de Holanda, Deus é a fonte de toda a pintura, sendo também ele o primeiro pintor. A criação é por si encarada como um dar forma pela luz, recuperando a metafísica da luz do platonismo, concebendo por isso a criação como uma função plástica animante, correspondendo a um modelo ou ideia previamente formulado no intelecto divino, tema já sublimemente afirmado por Sto. Agostinho ao estabelecer que Deus não connhece as coisas porque elas existem, mas que as coisas existem porque ele as conhece.
Nestes termos, a pintura humana consiste num criar de novo, numa função plástica inanimante, pois que o pintor «encerra em si aquela ideia criada no entendimento criado, com que imita ou quer imitar as divinas ciências incriadas com que o muito poderoso Senhor Deus criou todas as obras».
Quer isto dizer que o conceito de imitação, a que tantas vezes se refere, não atende tanto à multiplicidade do real concreto, na sua condição aparencial, mas sim à «verdadeira natureza», representada na ideia. Logo, o acto de criar é uma função de «olhos interiores» em que o pintor, num estado de «grande silêncio e segredo» se deixa conduzir pelo «divino furor da criação». Esta mesma referência ao furor supõe o triunfo da idealização como fruto das capacidades inatas do engenho e não da imposição de factores exteriores, expressos em preceitos rígidos, tecnicamente transmissíveis. Daí a associação do maneirismo à noção de fantasia artística, razão por que não deverá o pintor, com a sua obra, preocupar-se em «agradar ao vulgo», mas sobretudo a si próprio, reforçando essa dimensão interior que assiste ao processo criativo,
Mas sendo fonte da pintura e primeiro pintor, Deus é também a causa primeira da pintura humana, pois F.H. considera a ideia directamente infundida por Deus no génio do artista, ou por palavras suas «naturalmente dada pelo Sumo mestre Deus, gratuita no entendimento», sendo também aqui que reside a possibilidade por si enunciada de uma vivência mística, na tradição do neoplatonismo medieval, estabelecendo-se a contemplação divina pelo elo da ideia.
Por sua vez, esta dimensão mística presupõe uma ascética, quando refere a necessidade que assiste ao artista de «fortificar e defender a cidade da alma e o reino de seu espírito, guarnecendo e cingindo suas três potências com o inexpugnável muro da fé viva, esperança segura e caridade perfeita». A busca do divino é pois uma finalidade natural da pintura maneirista de F.H, reforçada aliás pela identificação entre o belo e o bem.
Todavia, a sua teoria do pintor comporta outra dimensão complementar à do engenho, referida desta feita aos aspectos técnicos e de aprendizagem, expressos no seu esforço infrutífero para a fundação em Portugal de uma academia de pintura. Trata-se agora da «arte, costume ou exercício» que se traduzem num conjunto de regras e preceitos técnicos, pois «nem por isso nascer com engenho somente basta, mas há-de logo ajudar a arte, e a ciência, e o costume, sem o qual o mor engenho dos homens não teria algum valor».
Abre-se-nos então o vasto domínio da aprendizagem a propósito do qual se revela possuído do ideal de um saber enciclopédico, transformando a pintura na mais completa e difícil de todas as artes humanas, reclamando, em consequência, um ambiente de liberdade incompatível com a organização corporativa vigente nesta época.
Obras do Pintor:
Francisco de Holanda, Retrato de Miguel Ângelo (Antigualhas, f. 2). Biblioteca de San Lorenzo de El Escorial.
Os Desenhos de Antigualhas que viu Francisco de Holanda, Pintor Português (1539-40); De quanto serve a ciência do desenho e entendimento da arte da pintura na república cristã assim na paz como na guerra (1571); De Aetatibus Mundi Imagines (1543-1573); Da Pintura Antiga (1548), introdução, notas e comentário de José da Felicidade Alves, Lisboa, 1984; Diálogos em Roma (1548), introdução e notas de José da Felicidade Alves, Lisboa, 1984; Da Fábrica que Falece à Cidade de Lisboa (1571), introdução e notas de José da Felicidade Alves, Lisboa, 1984; Do Tirar Polo Natural (1549), introdução e notas de José da Felicidade Alves, Lisboa, 1984.
Bibliografia:
Jorge H. Pais da Silva, Estudos sobre o maneirismo, Lisboa, 1983; Jorge Segurado, Francisco d'Ollanda, Lisboa, 1970; José da Felicidade Alves, Introdução ao estudo da obra de Francisco de Holanda, Lisboa, 1986; José Freches, les Dialogues de Rome de Francisco de Holanda, Paris, 1973; José Stichini Vilela, Francisco de Holanda, Vida, Pensamento e Obra, Lisboa, 1982; Mariana Amélia Machado Santos, A Estética de Francisco de Holanda (I Congresso do Mundo Português), Lisboa, 1940; Ricardo Averini, «Francisco de Holanda e o juízo de Miguel Ângelo sobre a pintura flamanega» em A Introdução da Arte da renascença na península Ibérica, Coimbra, 1981; Robbert Klein, «Francisco de Holanda et les secrets de l'art», em Colóquio, nº XI; Sylvie Deswarte, Contribuition à la connaissance de Francisco de Holanda» em Arquivos do Centro Cultural Português, vol. VII, Paris, 1970; Id., As Imagens das Idades do Mundo de Francisco de Holanda, Lisboa, 1987; Id., Ideias e Imagens em Portugal na Época dos Descobrimentos, Lisboa, 1992.
Autoria deste texto: Pedro Calafate, de: http://www.instituto-camoes.pt/cvc/filosofia/ren5.html
Outros links:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_de_Holanda

Imagens: esquerda - "O sétimo dia" in Francisco de Holanda, De Aetatibus Mundi Imagines; Madrid, Biblioteca Nacional; direita:
Retrato de Miguel Ângelo (Antigualhas, f. 2). Biblioteca de San Lorenzo de El Escorial.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

A arte do Manuelino (11º)








O manuelino não é um "estilo", pois abrange apenas a arquitectura e a decoração arquitectónica. Se fosse um estilo, como falamos do "estilo gótico" ou do "estilo barroco", teria de haver, também, uma pintura manuelina, uma literatura manuelina e uma música manuelina. O que se passa, de facto, é que este gosto de fazer e de decorar edifícios, ocorrido entre os finais do reinado de D. João II e os finais do reinado de D. Manuel I, foi paralelo ao desenvolvimento de uma pintura de influência flamenga e à introdução de um novo "estilo" em Portugal, o renascimento, que afectou os vários géneros artísticos e que até soube conviver harmoniosamente com o próprio manuelino como, por exemplo, no mais famoso edifício deste período: o mosteiro dos Jerónimos. Por outro lado, nos finais do séc. XV e princípios do séc. XVI ocorriam em Portugal sobrevivências do gótico final.

Assim, vemos que esta época foi de transição, de mescla de gostos e de tendências, aumentada com a expansão marítima e os contactos com outras culturas e artes dos demais continentes.Convém, contudo, notar que o manuelino foi uma arte arquitectónica muito apreciada pelos reis e priores sucessivos do mosteiro dos Jerónimos, pelo que mesmo após a morte de D. Manuel, e durante os séculos XVII e XVIII, as obras mais simples, como abrir uma nova porta ou fazer um altar eram encomendadas à maneira antiga do período de D. Manuel I.

Muitas teorias surgiram a tentar explicar o manuelino e ideias absurdas e lugares comuns foram repetidos vezes sem conta, sem que os seus autores reflectissem sobre elas ou lessem os livros que sobre o assunto iam sendo dados à estampa. Mesmo nos manuais escolares, as asneiras repetem-se que até aflige. Recomenda-se aos alunos que não leiam no manual da Porto Editora as páginas referentes à arte manuelina.

Uma das ideias mais típicas sobre o manuelino, mas incorrectas, prende-se com a sua decoração, nalguns casos versando sobre temas náuticos. Ora isto fez com que muitos vissem na decoração manuelina (cordas, bóias, algas, troncos nodosos, golfinhos, caraças dentro de tondos, etc.) um reflexo dos "descobrimentos" marítimos e uma glorificação dos navegadores portugueses como Vasco da Gama e outros. O Prof. Manuel C. Mendes Atanázio, já em 1984, no seu livro A Arte do Manuelino avisa que muita de decoração naturalista (troncos, cordas, flores e frutos, animais, etc.) prende-se com as artes efémeras da época, isto é, a decoração de arcos que se faziam nas festas religiosas e populares bem como nas entradas régias nas cidades. Por outro lado, os golfinhos que surgem nalguns pórticos manuelinos de igrejas matrizes junto do litoral prendem-se com os temas marítimos que tanto afectavam as populações locais. A terceira ideia sobre este problema, é que os restauros revivalistas feitos nos século XIX pelos românticos, e ocorridos nos principais monumentos portugueses como o mosteiro dos Jerónimos e a janela da casa do capítulo do convento da Ordem de Cristo em Tomar, foram executados sem rigor científico ou estilístico e adulteraram as fachadas e as decorações de forma que hoje só um olhar atento e crítico pode deslindar o que é original e o que é cópia e fantasia romântica.

Mas o manuelino não é só uma questão de decoração: ele também é, e sobretudo, uma questão de espaço e de estruturas arquitectónicas. A principal inovação é a criação de uma abóbada única, rebaixada (de combados) para as três naves, todas à mesma altura. Isto ocorre só em Santa Maria de Belém (Jerónimos) e nas igrejas matrizes de Arronches (Alentejo) e de Freixo-de-Espada-à Cinta (Trás-os-Montes). As abóbadas manuelinas possuem uma enorme rede de nervuras que ajudam a suportar o seu peso e o facto de a abóbada ser rebaixada exige um maior esforço dos muros. Esta estratégia propõe o tema da unificação espacial, tão querido aos arquitectos renascentistas. Por outro lado, estas abóbadas não possuem arcos torais, o que faz com que a igreja deixe de estar dividada em tramos (como acontecia no românico e no gótico) o que se conjuga perfeitamente no tema de unificação espacial. O grande arquitecto do manuelino foi o biscainho João de Castilho.
Todos os monumentos manuelinos, mandados fazer pelo rei, ostentavam os símbolos de poder real que eram a cruz da Ordem de Cristo (o rei era o seu mestre) e a esfera armilar.

Dados essenciais sobre o manuelino, que nas aulas e visita de estudo serão tratados com profundidade:

1 - O manuelino não é um estilo mas sim uma arte de construir e de decorar edifícios;
2 - O seu período de esplendor corresponde ao reinado de D. Manuel I, grosso modo compreendendo o primeiro quartel do séc. XVI;
3- O manuelino não é uma glorificação das "descobertas" e dos navegadores, mas glorifica sim a natureza, a fauna e a flora locais e sofre influências das artes efémeras, como era comum na época;
4- A principal inovação arquitectónica do manuelino é a abóbada rebaixada, de combados, única para as três naves, que estão à mesma altura, propondo uma forma engenhosa de unificação espacial;
5- As únicas igrejas manuelinas com todas estas inovações combinadas são: Stª Mª de Belém e as matrizes de Arronches e de Freixo-de-Espada à Cinta;
6- O arquitecto mais notável do manuelino foi João de Castilho;
7- A iconografia da heráldica, no manuelino, exalta a figura e o poder do rei;
8- Pelas suas características e inovações, o manuelino pode ser considerado uma arte portuguesa, distanciando-se do gótico e paralela ao renascimento, e que soube conviver com as formas renascentistas.

Leituras recomendadas: Manuel Cardoso Mendes Atanázio, A Arte do Manuelino, Lisboa, Presença, 1984.
Sobre os restauros dos monumentos manuelinos a historiadora de arte Maria João Baptista tem publicados livros e artigos sobre o tema.
Links relativos:

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

A AVALIAÇÃO DOS ALUNOS É CONTÍNUA E FORMATIVA








A avaliação é contínua porque assenta numa análise permanente do trabalho e das atitudes dos alunos e é formativa porque se destina a identificar problemas e dificuldades com o objectivo de os ultrapassar / corrigir.

Não se deve confundir avaliação com classificação: enquanto a avaliação tem um carácter formativo, por sua vez a classificação é valorativa, geralmente quantitativa e selectiva. A classificação só aparece depois de efectuada a avaliação e incide sobre os resultados.

A avaliação dos trabalhos e dos resultados dos alunos é feita em três parâmetros fundamentais:
1) domínio das competências específicas (científicas: conceitos, factos e processos de trabalho);
2) domínio de competências transversais a todas as disciplinas (expressão oral e escrita, utilização das TIC, criatividade na resolução de problemas);
3) domínio das competências pessoais e sociais (iniciativa, empenho, autonomia, assiduidade, pontualidade, responsabilidade no cumprimento dos prazos dos trabalhos, cooperação em trabalho de grupo e respeito pelo outro, quer aluno, quer professor).

Na avaliação dos alunos, o professor recorre a diversas técnicas e instrumentos de que se destacam: observação do comportamento e da participação na sala de aula e nas visitas de estudo; níveis de assiduidade, de pontualidade e de cumprimento dos prazos; comportamento geral do aluno; execução e autonomia nas tarefas várias; participação nas aulas e em debates; resultados dos testes e dos trabalhos de grupo; execução dos trabalhos de casa.

Os critérios de avaliação final em HCA na nossa Escola, para o corrente ano lectivo, foram definidos pelo grupo disciplinar de HCA e são os seguintes:

Ao nível das competências - ponderação de 90% nas notas
Ao nível das atitudes e dos valores - ponderação de 10% nas notas.

O que é avaliado nas competências?

1- utilizar em cada área artística vocabulário adequado
2- analisar o objecto artístico na sua especificidade técnica e formal
3- reconhecer o objecto artístico como documento/testemunho do seu tempo histórico
4- reconhecer o estudo do objecto artístico como processo fundamental para o conhecimento do passado
5- adoptar métodos de trabalho próprios, individuais e/ou de grupo
6- comunicar correctamente opiniões e resultados de pesquisa (oralmente e por escrito)
7- utilizar diversos recursos na pesquisa e comunicação de informação.

O que é avaliado nas atitudes e valores?

1- usar o material necessário
2- realizar os trabalhos de casa
3- participação e empenho nas actividades propostas
4- cooperação e trabalho em grupo
5- sentido de responsabilidade e de disciplina
6- pontualidade e assiduidade
7- respeito pelo outro

EM QUE MEDIDA ESTAS INFORMAÇÕES SÃO ÚTEIS?

Deves atender a todos estes aspectos, que nas aulas já te foram comunicados, e reflectir sobre eles, procurando fazer uma auto-avaliação nos vários parâmetros e tentar corrigir o que te parecer menos positivo. Tem em conta que não são só as notas dos testes o único elemento de avaliação e de classificação. A nota final de cada período reflecte todo um percurso que fazes desde o início do ano lectivo e reúne dados de todas as vertentes da tua participação e trabalho.

Boa reflexão!!!