A perspectiva foi cientificamente definida no renascimento por L. B. Alberti, no séc. XV. Trata-se de um conceito de representação do espaço a três dimensões e que pode ser aplicado tanto à pintura como ao baixo-relevo. A preocupação em representar fielmente o espaço tridimensional , e os corpos projectados nesse espaço, ressurge numa época em que ciência e arte se juntam numa aliança que durará com bastante vigor até ao séc. XIX, data em que outros valores se erguem na arte.
Esta aliança entre ciência e arte basea-se num progresso científico que atinge vários campos como a matemática, a física, a geometria e a anatomia. A base da perspectiva encontra-se no desenho e na observação. Por outro lado, os artistas procediam a experiências e simulações, criando mesmo certos dispositivos que procuravam registar, com acuidade, os resultados de experiências ópticas.
No séc. XV, os artistas, tanto escultores como pintores, apreciaram uma simetria e equilíbrio de formas que os fez optar, as mais das vezes, por colocar o ponto de fuga no centro da composição que coincidia quase sempre com o centro físico do quadro ou baixo-relevo. Este esquema presidiu às perspectivas de Ghiberti nas Portas do Paraíso mas também a muitos quadros de Rafael. Por sua vez, os artistas do Alto Renascimento e do Maneirismo começaram a subir a linha do horizonte, dispondo o ponto de fuga na metade superior da composição. Artistas como Tintoretto preferiam perspectivas enviezadas, com o ponto de fuga bastante subido e colocado num dos cantos superiores, à esquerda ou à direita. Após as últimas experiências maneiristas, o conceito de perspectiva não foi substancialmente alterado no Barroco ou no Romantismo. Só as soluções pictóricas do fim do séc. XIX e de transição para o séc. XX, nomeadamente o cubismo, vieram criar uma ruptura com o conceito tradicional de perspectiva.
Existem dois tipos de perspectiva: a perspectiva linear (arquitectónica) e a perspectiva aérea. A primeira basea-se num articulado de linhas geralmente proporcionadas pelo desenho das arquitecturas (telhados, cornijas, entablamenmtos, empedrados, etc.). A segunda resulta da gradação de tonalidades cromáticas, colocando as cores quentes em primeiros planos e as frias (azuis, brancos, cinzentos, etc.) no último plano, sugerindo a ilusão de distância.
Resta afirmar, nesta introdução ao tema da perspectiva, que este conceito é relativo a valores clássicos da cultura Ocidental e que resulta de uma dada visão sobre o que é a realidade. Aliás, esta problemática ficou muito bem colocada na já clássica obra de E. Panofsky intitulada "A perspectiva como forma simbólica".
Outra bibliografia sobre o assunto:
Aumont, J., A Imagem, Papirus Editora, São Paulo, (1993).
Blakemore, C., Os Mecanismos da Mente, Editorial Presença, Lisboa, (1986).
Sicard, M., La Fabrique du Regard, Odile Jacob, Paris, (1998).
Sproccati, S. (dir.), Guia de História de Arte, Editorial Presença, Lisboa, (1994).
Villafañe, J., Introducción a la Teoria de la Imagen, Ediciones Pirámide, Madrid, (1992).
Links úteis:
http://library.thinkquest.org/3257/
http://www1.ci.uc.pt/iej/alunos/1998-99/cbs/entrada1/conteudo.htm
Esta aliança entre ciência e arte basea-se num progresso científico que atinge vários campos como a matemática, a física, a geometria e a anatomia. A base da perspectiva encontra-se no desenho e na observação. Por outro lado, os artistas procediam a experiências e simulações, criando mesmo certos dispositivos que procuravam registar, com acuidade, os resultados de experiências ópticas.
No séc. XV, os artistas, tanto escultores como pintores, apreciaram uma simetria e equilíbrio de formas que os fez optar, as mais das vezes, por colocar o ponto de fuga no centro da composição que coincidia quase sempre com o centro físico do quadro ou baixo-relevo. Este esquema presidiu às perspectivas de Ghiberti nas Portas do Paraíso mas também a muitos quadros de Rafael. Por sua vez, os artistas do Alto Renascimento e do Maneirismo começaram a subir a linha do horizonte, dispondo o ponto de fuga na metade superior da composição. Artistas como Tintoretto preferiam perspectivas enviezadas, com o ponto de fuga bastante subido e colocado num dos cantos superiores, à esquerda ou à direita. Após as últimas experiências maneiristas, o conceito de perspectiva não foi substancialmente alterado no Barroco ou no Romantismo. Só as soluções pictóricas do fim do séc. XIX e de transição para o séc. XX, nomeadamente o cubismo, vieram criar uma ruptura com o conceito tradicional de perspectiva.
Existem dois tipos de perspectiva: a perspectiva linear (arquitectónica) e a perspectiva aérea. A primeira basea-se num articulado de linhas geralmente proporcionadas pelo desenho das arquitecturas (telhados, cornijas, entablamenmtos, empedrados, etc.). A segunda resulta da gradação de tonalidades cromáticas, colocando as cores quentes em primeiros planos e as frias (azuis, brancos, cinzentos, etc.) no último plano, sugerindo a ilusão de distância.
Resta afirmar, nesta introdução ao tema da perspectiva, que este conceito é relativo a valores clássicos da cultura Ocidental e que resulta de uma dada visão sobre o que é a realidade. Aliás, esta problemática ficou muito bem colocada na já clássica obra de E. Panofsky intitulada "A perspectiva como forma simbólica".
Outra bibliografia sobre o assunto:
Aumont, J., A Imagem, Papirus Editora, São Paulo, (1993).
Blakemore, C., Os Mecanismos da Mente, Editorial Presença, Lisboa, (1986).
Sicard, M., La Fabrique du Regard, Odile Jacob, Paris, (1998).
Sproccati, S. (dir.), Guia de História de Arte, Editorial Presença, Lisboa, (1994).
Villafañe, J., Introducción a la Teoria de la Imagen, Ediciones Pirámide, Madrid, (1992).
Links úteis:
http://library.thinkquest.org/3257/
http://www1.ci.uc.pt/iej/alunos/1998-99/cbs/entrada1/conteudo.htm
Um comentário:
gosteiiiiii
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